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sábado, 17 de maio de 2008

Começando a Estudar uma Nova Língua por Conta Própria

Para aqueles que estão começando, a idéia de estudar uma nova língua por conta própria pode causar certo temor. Provavelmente, a primeira e maior questão que se levanta é: Que materiais eu devo ter para começar a estudar?

Obviamente, cada língua tem suas peculiaridades e é impossível estabelecer regras que se adeqüem ao aprendizado de todas elas. Por outro lado, cada estudante tem sua própria metodologia, seu jeito mais eficaz de abordar uma nova língua. Entretanto, passo a relacionar a seguir a abordagem e os materiais que considero efetivos para a maioria das pessoas estudando a maioria das línguas (ou pelo menos as línguas mais “procuradas”).

Para começar a viagem pelo mundo do autodidatismo em idiomas, você deve ter:

1) Um bom dicionário – escolha um bom dicionário bilíngüe. Ele vai ser seu companheiro por um longo tempo. Tente não economizar aqui. Dicionários baratinhos são geralmente ruins. Compre algo que não seja muito extenso, mas que também não seja sumário; do contrário, você ficará na mão muitas vezes que precisar fazer uma consulta. Dicionários que contêm expressões idiomáticas e gírias são os melhores. Em pouco tempo você vai começar a precisar conhecê-las. Então, faça valer o dinheiro gasto! (Vale salientar que dicionários bilíngües têm seu papel no início dos estudos, mas deverão ser gradativamente substituídos por dicionários monolíngües. Estes lhe ajudarão a pensar no idioma estudado.)

2) Um bom método (material) – escolha um método que priorize a conversação e que não se centre em listas de vocabulário nem em regras gramaticais. Na minha opinião, dois métodos são os top para quem está começando.

  • Pimsleur – estruturado em 90 lições com duração de 30 minutos cada, este método enfatiza a conversação. Desde a primeira lição você escuta nativos em diálogos do dia-a-dia, alternados com instruções dadas em inglês. Você é orientado pelo host a repetir os diálogos e a responder a algumas perguntas. É um método interativo de áudio. A desvantagem para alguns seria o fato de as instruções serem dadas em inglês; por outro lado, pessoas que falam inglês, mas têm dificuldades em compreender nativos, não vão ter problemas aqui, já que a dicção do instrutor do curso é excelente. O curso vem com arquivos de texto, mas não tenho experiência no uso deles.
  • Assimil – este método está disponível em muitas línguas, mas, no Brasil, só são editados livros nos idiomas mais procurados: inglês, italiano, espanhol, alemão e francês. O curso é estruturado em pequenas lições baseadas em diálogos. Cada lição está escrita na língua que você está estudando e em português (no caso dos livros publicados no Brasil). As notas gramaticais e culturais são colocadas dentro do contexto dos diálogos, fazendo com que essas informações não fiquem soltas na cabeça do estudante. No Brasil, o método é vendido sob o título “O Novo [nome da língua] Sem Esforço”. Livros e áudios são vendidos separadamente. Publicado pela EPU.
  • Existe ainda a Série “Passo a Passo” - [Nome da língua] Passo a Passo. Ela também tem sua utilidade, já que traz diálogos do dia-a-dia com tradução para o português e simulação escrita da pronúncia. O método tem a etiqueta da Berlitz, importante escola de idiomas em todo o mundo. Publicado pela editora Martins Fontes.

3) Uma boa conexão com a internet – talvez este seja o principal ingrediente para qualquer autodidata da atualidade. No que tange ao estudo de idiomas, é possível você se fazer apenas conectando-se à grande rede. Existem toneladas de dicionários, aulas, cursos, materiais e métodos espalhados virtualmente. É tarefa do estudante primeiramente localizá-los e depois garimpá-los, para selecionar os que atendem às suas expectativas. Além dos sites e blogs, que podem ser facilmente encontrados no Google, outras ferramentas importantes são os podcasts. Estes são programas de áudio e/ou vídeo disponibilizados gratuitamente na net. Usuários interessados podem assiná-los (como se assina uma revista) e a partir de então recebê-los automaticamente no PC quando novos episódios forem lançados. Muita gente boa no Brasil ainda não sabe do que se trata; pensam que podcast é exclusividade de quem usa o iPod. Puro mito! Em outros posts, vamos explicar melhor como usar esta importante ferramenta. Para praticar a habilidade oral, é fundamental que você instale algum software de conversação por voz. Os melhores programas para isso são o Skype, amplamente conhecido, e o Paltalk. Este último disponibiliza salas de bate-papo específicas para o estudo de alguns idiomas. Least but not last, venho lembrar que os sites de relacionamento têm comunidades que são verdadeiras preciosidades de compartilhamento de informações e arquivos. O Orkut se destaca nisso. Os não-afeitos ao Orkut estão prescindindo de uma arma poderosa em seus estudos.

Fazendo uso dos materiais que discutimos acima e mantendo um ritmo de estudo de cerca de 30 minutos por dia, você atingirá o nível intermediário em questão de (poucos) meses. Ficará impressionado com a sua capacidade de abordar um nativo na rua e manter uma razoável conversação com ele.

Agora vamos simular uma compra. Digamos que você se interesse pela língua italiana e queira começar a estudar com a abordagem que propomos aqui, comprando um dicionário italiano-português-italiano e o método Assimil. Veja o tamanho do seu investimento (preços médios, a partir de dados da internet).

1. Dicionário Escolar Italiano Português (Michaelis) – R$ 22,00
2. O Novo Italiano Sem Esforço (4 CDs + livro-texto) – R$ 200,00

Usando a internet, você poderia obter materiais idênticos sem gastar um único centavo. Sem usar a internet, você gastaria aproximadamente R$ 230,00 por um material que lhe deixaria capaz de falar italiano em nível intermediário, no prazo que você quisesse.

Quanto você acha que gastaria se se matriculasse numa escola de idiomas mediana? Seguramente muito mais! A maioria das mensalidades gira em torno de R$ 80,00-110,00; e nelas, após um semestre de aulas (ie, depois de ter desembolsado mais ou menos R$ 600,00), o aluno só consegue expressar coisas ultra-básicas.

Em posts futuros, Made in Babel pretende abordar com mais detalhes cada um dos itens que foram citados aqui. Esperamos, contudo, que tenha ficado a lição: aprender uma nova língua eficazmente é possível com bem menos dinheiro e em tempo do que você imagina!

The decision is now up to you!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Escolas de Idiomas: Você Realmente Precisa Delas?


A maioria das pessoas acredita que a melhor maneira para se aprender um novo idioma é matricular-se em um bom curso e “se deixar levar” pelo método. Imaginam que, agindo assim, estarão aptas a falar a bem nova língua ao final do curso.
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Esse tipo de pensamento ocorre por duas razões principais. Em primeiro lugar, a ignorância, até certo ponto compreensível, dos que não são muito antenados para este assunto. Em adição a isso, vem o que considero mais grave: a má influência proveniente das propagandas das escolas de idiomas.
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De alguns anos para cá, temos observado uma intensa multiplicação de escolas de idiomas. Uma boa parte delas aborda os potenciais alunos de maneira incisiva, prometendo-lhes fluência em poucos meses ou, quando muito, em 02 anos. Conheço um caso específico de uma franquia que assegura que os seus alunos chegam ao final do curso falando inglês como um nativo. Com belas instalações e materiais cuja apresentação impressiona, essas empresas por vezes levam os desavisados a crer que é realmente simples aprender o novo idioma, bastando somente que o aluno siga a sua metodologia. Este tipo de escola atrai especialmente os adultos, que desejam (e precisam de) resultados rápidos e não têm muito tempo a perder.
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Mas eu pergunto: Você acha realmente possível desenvolver a capacidade de comunicação efetiva em um novo idioma num intervalo de alguns meses com apenas 2 horas semanais de aula (em turmas que muitas vezes têm de 7 a 10 alunos), somadas a alguns minutos de exercícios em casa? Seria muita ingenuidade acreditar que sim, mas quase todo mundo cai nessa história.
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Opostamente às escolas-de-metodologia-ultra-revolucionária, existem os cursos tradicionais. Aqui se inclui grande parte das escolas de idiomas mais conhecidas. Sua metodologia é mais pé no chão; elas não ousam prometer ao futuro aluno fluência em tão pouco tempo. Em geral, seus cursos são mais eficazes para o ensino do novo idioma por pelo menos duas razões: (i) materiais de boa qualidade (melhores que os das escolas “fast-food”); (ii) maior número de horas (leia-se anos) em que o aluno será exposto ao novo idioma. Este último motivo tem suas vantagens e desvantagens. Entre as vantagens, saliento a enorme quantidade de situações quotidianas às quais o aluno é apresentado. Isso invariavelmente leva o estudante a adquirir um vocabulário mais rebuscado, bem como a desenvolver sua habilidade de construir estruturas gramaticais complexas com menos esforço. Por outro lado, a mais grave desvantagem desse tipo de abordagem é que os alunos se tornam reféns dos cursos por anos a fio, ao final dos quais terão desembolsado uma mini-fortuna. As escolas tradicionais são mais freqüentadas por crianças e adolescentes, que têm uma maior disponibilidade de tempo para se dedicarem à nova língua.
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Embora reconhecendo que o aprendizado de um novo idioma é resultado do esforço individual, tenho observado que em geral os bons alunos das escolas tradicionais concluem o curso com mais capacidade de comunicação que os alunos das escolas-de-metodologia-ultra-revolucionária. No entanto, poucos são os “vencedores” nessa maratona de anos e anos indo à escola. Pouca gente tem tanta paciência e determinação. A maioria desiste no primeiro ou segundo ano.
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Diante desse dilema eu pergunto: existe uma maneira realmente eficaz de aprender uma nova língua sem ter que se submeter aos caprichos das escolas de idiomas? A resposta é um reverberante “sim”! Sim, é perfeitamente possível que pessoas comuns aprendam eficazmente um novo idioma sem a necessidade assistir uma única aula em escola tradicional, num curto intervalo de tempo e – o melhor – gastando nada ou quase nada em termos financeiros. Digo isto com experiência própria: depois de aprender três idiomas pelos métodos tradicionais, decidi aprender à minha maneira o francês. Passaram-se apenas alguns meses desde que realmente me engajei nessa empreitada e o saldo é positivo: já adquiri habilidade suficiente para desenvolver conversações de complexidade mediana.
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Made in Babel pretende orientá-lo a caminhar com suas próprias pernas no caminho para aprender eficaz e rapidamente a língua que você quiser. Acompanhe os nossos posts e mergulhe no mundo dos language freaks.